O Xadrez e a Música

terça-feira, setembro 19, 2006

(S)em surdina...

História caricata que me sucedeu ontem, e que bem mostra a falta de cultura que grassa neste recanto...

Sendo os meus principais "hobbies", pela ordem seguinte:
O Xadrez - A Música - A Matemática - A Poesia & al...., estava pensando fazer-vos uma surpresa do género musical. Mas depois de vasculhar a casa à procura da surdina do meu violino e não a tendo encontrado, dirigi-me a uma casa de artigos musicais na zona da Pr. do Chile em Lisboa, a fim de adquirir uma.
Dizendo ao empregado ao que ia, mostrou-me este um rasgado espanto... pois, e sendo empregado de uma casa de artigos musicais, não sabia o que era uma surdina para violino - terá pensado ser algum aparelho para surdos, talvez! - e foi perguntar ao patrão se tal objecto, decerto aberrante para ele, existia na casa... o patrão, esse, sabia o que era, mas veio informar-me que não tinha... pelo que, caros amigos, tenho de adiar o recital... que fica para data a anunciar.

R.N.

4 comentários:

Pamina disse...

Olá,

Ainda se tivesse nome de jogador de futebol, agora "surdina"!
Ficamos então a aguardar a reposição dos stocks ou a aquisição noutro estabelecimento.
Um bj.

andorinha disse...

OLá!

Fico a aguardar. Olha que o prometido é devido.:)
Beijinhos.

mtc disse...

Mas que encanto este vosso quintal :)
Enquanto a surpresa não vem... lembrei-me de deixar um poema de Jorge Luis Borges dedicado ao xadrez... esse jogo infinito ;)

Ajedrez

I

En su grave rincón, los jugadores
rigen las lentas piezas. El tablero
los demora hasta el alba en su severo
ámbito en que se odian dos colores.

Adentro irradian mágicos rigores
las formas: torre homérica, ligero
caballo, armada reina, rey postrero,
oblicuo alfil y peones agresores.

Cuando los jugadores se hayan ido,
cuando el tiempo los haya consumido,
ciertamente no habrá cesado el rito.

En el Oriente se encendió esta guerra
cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra.
Como el otro, este juego es infinito.

II

Tenue rey, sesgo alfil, encarnizada
reina, torre directa y peón ladino
sobre lo negro y blanco del camino
buscan y libran su batalla armada.

No saben que la mano señalada
del jugador gobierna su destino,
no saben que un rigor adamantino
sujeta su albedrío y su jornada.

También el jugador es prisionero
(la sentencia es de Omar) de otro tablero
de negras noches y blancos días.

Dios mueve al jugador, y éste, la pieza.
¿Qué Dios detrás de Dios la trama empieza
de polvo y tiempo y sueño y agonías?


Beijinho e abraço
Bom fim de semana para os dois :)


PS: Deixo aqui o link para uma breve entrevista com Jorge Luis Borges publicada na revista argentina "Ajedrez", em Dezembro de 1981:)

Olha, Aspi, já sei colocar links (YES !!)
Aprendi contigo... copiando, claro
Gracias :)

Anónimo disse...

a surdina é o pau para fazer vibrar as cordas?

foi de propósito. Desculpo!:)